30.12.08

Fórum Social Mundial, Copa 2014 e Macapá

Para quem não sabe a cidade de Belém-PA será sede do Fórum Social Mundial, entre os dias 27 de janeiro a 1º de fevereiro de 2009.
O Fórum Social surgiu para fazer frente ao Fórum Econômico Mundial.
Enquanto alguns países ricos visavam apenas aumentar o poder econômico, o Fórum Social teve e tem por objetivo discutir e apresentar propostas para as mazelas sociais existentes no mundo.
Indiscutível a importância do evento.
A cidade de Belém mobiliza internamente as soluções para o trânsito, hotelaria e segurança pública: problemas crônicos que toda cidade grande tem para um evento desse porte.
Lembrei da nossa cidade de Macapá. Cogita-se, por aqui no Pará, a possibilidade de Macapá ser “cidade-satélite” de Belém caso alguns jogos da Copa de 2014 sejam realizados na cidade marajoara.
Confesso que seria muito bom economicamente para Macapá, mas, será que estaríamos preparados? Um estádio no meio do mundo para trinamento de equipes internacionais seria uma boa jogada para atrair a concretização dessa remota possibilidade. Mas, sinceramente, somente isso não bastaria! Seria necessário investimento em estacionamentos, asfalto de qualidade, ampliação da rede hoteleira, políticas públicas, etc, etc... Acho difícil construir tudo isso em Macapá até 2014, afinal, nossos governantes levaram décadas para deixar a cidade do jeito que está hoje. Se depender deles....

28.12.08

Lei de Lynch


Estou de recesso em Belém-PA, mas, ainda assim me empenho.
Lendo o jornal “O Liberal – 29/12”, uma reportagem me prendeu a atenção: ‘Linchamento vira prática comum nas periferias´.
Trata-se de matéria da jornalista Tainá Aires acerca das constantes práticas de linchamento que a população paraense vem patrocinando nas áreas periféricas.
Destaca-se um caso em que um homem de 32 anos foi morto com requintes de crueldade por populares em Marituba. Acusado de tentativa de estupro contra duas adolescentes de 13 e 14 anos, o rapaz foi amarrado completamente nu em um poste, espancado e golpeado (sabes o local), até a morte. Ao final, colocaram uma plaqueta de papelão no corpo com a palavra “estuprador”. A cena de terror poderia ter saído de qualquer filme “B”, mas, a vida não só imita o vídeo.
Cansada de esperar o policiamento que não chega, a população resolveu fazer justiça com as próprias mãos. E como se extrai da reportagem, não é um caso isolado.
Somente “O Liberal” divulga que fez 80 reportagens sobre linchamento no ano de 2008.
É um fenômeno social que vem sendo estudado pela mestranda em Ciências Sociais da UFPA, Bruna Menezes.
Bruna afirma que é uma violência urbana onde prevalece a lei “olho por olho, dente por dente”.
Em verdade, essa é a antiga Lei do Talião: executa-se o infrator sem processo judicial, geralmente com requintes semelhantes ao crime praticado.
Segundo a mestranda, a palavra linchamento é também chamada de Lei de Lynch, pois tem origem atribuída ao coronel Charles Lynch (1782) e ao capitão Willian Lynch, que praticavam atos semelhantes contra pró-britânicos durante a guerra de independência americana.
Parece que estamos voltando aos primórdios. Época em que a auto-tutela era a regra.
Em Macapá, duas semanas atrás, um rapaz estuprou e matou a ex-cunhada de 14 anos na Av. Diógenes Silva. Ele teve sua 'sentença' adiantada pelos outros detentos que também adotam a Lei do Talião nos casos de crimes sexuais. A última informação que tive foi que seu estado no hospital era de “quase morto”.
A auto-tutela no ordenamento jurídico brasileiro é, em regra, proibida. No direito civil é permitida para defender a posse, por exemplo, nos casos de esbulho ou turbamento. Se uma pessoa tentar derrubar a cerca ou muro de nossa casa podemos usar a força para impedir. No direito penal, no entanto, ela é mais restrita, pois muitas vezes viola as garantias constitucionais, como o devido processo legal.
Mas o que se observa é que o Estado, detentor do poder punitivo, é o principal responsável por essas práticas. Na maioria das cidades brasileiras não há policiamento, não há investimento no setor de inteligência da polícia, e o que é pior, não há investimento em educação para a população que na maioria das vezes – se questionada - perguntará na hora do crime: “Lynch o quê?”

Respeitem Jorge Mautner

Nossa cidade é de fato singular, cortada por uma linha imaginaria que divide o mundo em duas bandas, banhada por um rio de proporções oceânicas e guarnecida por uma das fortificações mais bem conservadas do território nacional, é também palco de acontecimentos esdrúxulos, pra dizer o mínimo, acabo de chegar de uma apresentação de ninguém menos que Jorge Mautner, isso mesmo, Jorge Mautner esteve hoje (Sab - 27/12) tocando em nossa cidade - tu soubeste? - pois é, quase ninguém soube, cheguei a tempo de assistir as duas últimas canções do show, e apesar de poder apreciar o que há de melhor na nossa música personificada na pessoa do Sr. Mautner, deixei o local do show extremamente triste e enraivecido.
Não é razoável que tal acontecimento não tenha sido amplamente divulgado na mídia disponível, quantas oportunidades, nós amapaenses, temos, de receber manifestações de cultura em níveis que extrapolam o circuito tucujú, maracá e cinani? Absolutamente nada contra a cultura regional, mas não podemos nos limitar a ela, precisamos de mais, muito mais, e hoje poderíamos ter tido isso.
Mas não foi apenas a displicência na divulgação da apresentação de Jorge Mautner que me aborreceu, me senti constrangido com a atenção dispensada ao artista, que se apresentou numa estrutura visivelmente construída as presas em frente a um bar na Av. FAB, o público que compareceu, em sua maioria, nunca ouviu falar em J.M. contava-se uns poucos que aparentemente conheciam sua obra e cantarolavam suas músicas. É possível que o cantor nutra alguma simpatia pela cidade ou pelas pessoas que o trouxeram e não se importe com a informalidade, comportamento típico de um militante, mas Jorge Mautner merece mais.

27.12.08

Tirinhas Vida Besta

Thunder, thunder, thund... hein?

Parece mas não é, o trailer abaixo, é uma versão Frankenstein para Thundercats, criado a partir de fragmentos de diversas produções do cinema como Tróia, Pequenos Espiões, O Senhor dos Anéis, X-Men, Mad Max, Planeta dos Macacos e A Batalha de Riddick e séries como Stargate. A obra é de autoria de um ser conhecido como WormyT, um já cultuado fazedor de produções do tipo FanMade do YouTube, é um trabalho muito bacana, tosco, engraçado e com muita ação, destaque para Garfield como Snarf.

26.12.08

“Idéias de Jeca-tatu”



Um dos blogs mais bacanas da net, Idéias de Jeca-tatu, do Professor Ivan Carlo, fez referência ao nosso como “dica de blog”.
Confesso que fiquei surpreso e orgulhoso. Afinal, nosso blog ainda está no início, sequer houve divulgação na rede, até porque os demais colaboradores e eu somos blogueiros de primeiríssima viagem. Mas, a internet tem essas coisas... basta estar conectado.
Recebemos essa indicação com muita satisfação.
Não conheço pessoalmente o Ivan Carlo, mas faz tempo que acompanhamos seu blog, sempre criativo, com assuntos relacionados a quadrinhos, literatura, cinema, metodologia de pesquisa, dentre outros. Gostamos de suas “idéias”, por isso também o indicamos.

19.12.08

Sem Opera

Responsável por mais de 400 publicações das mais variadas vertentes da arte sequencial, a editora Opera Graphica anunciou, em comunicado à imprensa, que encerrará suas atividades este ano por motivos não revelados. Em atividade há mais de dez anos, a editora destacou-se com publicações especiais do Homen-Morcego (tenho todas, hehe) e séries da Vertigo como 100 Balas e Vertigo Inverno, além de séries clássicas americanas como Recruta Zero, Felix, Hagar entre outros. O bota fora será realizado na próxima terça-feira, dia 22 de Dezembro, das 18h às 22h, na Comix Book Shop (Alameda Jaú, 1.998, São Paulo-SP). Todo o catálogo da editora será vendido com descontos de 50% - Puxa que o pariu! vou perder essa festa.

12.12.08

Adeus ao ícone

Faleceu na noite desta quinta-feira (11/12) de pneumonia em um hospital de Los Angeles, a mais famosa das pinups e ícone sexual do século 20.
Bettie Page foi uma das primeiras modelos da revista masculina Playboy, suas fotos sensuais em que aparecia quase sempre de biquíni lhe renderam estatus de estrela pop, foi a modelo mais fotografada na metade do século passado, Suas fotos foram pregadas nas paredes por todo o país (daí o termo "pin-up"). Causou polêmica com fotos que simulavam senas de sadomasoquismo. Afastou-se da vida pública ao final da déc. De 50 quando tornou-se religiosa, mas seu legado continuará pra sempre na memória dos seus admiradores .

10.12.08

Sinalização

A nova em Macapá é que os semáforos não funcionam. Semana passada o cruzamento da FAB com a Hildemar Maia ficava aberto somente no sentido de quem vai para o aeroporto.
Desde ontem a FAB com a General Rondon está sem sinal (parece que um acidente arrancou o semáforo).
Na cidade em que não há guardas de trânsito, nem sinalização de faixas, nem locais para estacionar, agora não há semáforos funcionando.
Os motoristas serão obrigados a criar um Código de Trânsito próprio.
E o pior é que não sabemos para quem reclamar.

6.12.08

QuebraMar - nós fumos

fomos ao último dia do festival de música independente Quebramar, chegamos a tempo de assistir Jolly Joker, Turbo, Mini Box Lunar, Mopho e Macaco Bong, embora com o público reduzido, o evento foi bom, destaque para os dois últimos (eu acho, na minha opinião) a se apresentarem, Mopho e Macaco. No palco Laboratório, a melhor banda da noite (eu acho, na minha opinião) foi Destroyed Empire, com o seu trash death gótico (assim os próprios se proclamaram, credo!). sentimos muito a ausência de Jorge Mautner, que segundo o diz-que-me-diz, quebrou a perna e não pôde vir. Foi uma noite memorável, percebemos que os 33 anos que trazemos nas costas ainda nos permite curtir um festival, claro que com muito menos pulos e sem os rodopios com a cabeça, mas ainda assim aproveitamos bastante. Apesar da câmera de um dos organizadores com vasto material do evento e uma pedaleira terem sido "subtraídas", tudo correu bem entre os presentes, dos seguidores do metal pesado do Jolly Joker, que fizeram a festa ao som de "chupe meu pau e morra" aos fans de Mini Box Lunar e seu som indie folkiado.

2.12.08

Festival Quebramar


Nos dias 5 e 6 de dezembro, acontece na Unifap, em Macapá, o Festival Quebramar, evento que pretende movimentar o cenário musical da cidade. O Festival conta com mais de 20 bandas, locais e de outros estados como Acre, Roraima, Pará, São Paulo, Alagoas, Manaus e Mato Grosso. Três grandes atrações nacionais estarão no evento, a banda Mopho, Macaco Bong e o cantor e compositor Jorge Mautner.
.: AGENDA :.
DIA 05 (SEXTA)
MOPHO (AL)
MINI BOX LUNAR (AP)
FILOMEDUSA (AC)
ARTTYRIUM (AP)
AEROPLANO (AP)
TETRIS (AM)
Klethus (RR)
GODZILLA (AP)
12v (AP)
DEZOITO 21 (AP)

DIA 06 (SABADO)
MACACO BONG (MT)
JORGE MAUTNER (RJ)
STEREOVITROLA (AP)
TURBO (PA)
CLUBE DA VANGUARDA (PA)
Jolly Joker (PA)
SPS 12 (AP)
SAMSARA MAYA (AP)
RONI MORAES (AP)
... tomara

Sarau do Largo dos Inocentes

Estivemos na última sexta-feira (28/11/08), prestigiando o Sarau do Largo dos Inocentes, evento cultural dos mais relevantes da atualidade macapaense, promovido pela Confraria Tucuju, é um palco de exposição da cultura, história e folclore do estado. A noite foi movimentada, quem compareceu levou de presente o cd "canta Macapá" comemorativo aos 250 anos da cidade, e pôde ouvir o seu conteúdo ao vivo por vários interpretes minhocas, foram recitadas poesias, o batuque vez-se ouvir por todo o largo, o evento foi encerrado por uma queima de fogos.
Ainda na ocasião, o escritor germano-tupinamba, Ricardo Smith, lançou seu livro "A Casa dos Padres", onde narra suas memórias de menino em uma Belém de meados do último século, membros ilustres da sociedade estiveram por lá.

27.11.08

O séc. XX em foco


A revista americana LIFE, pertencente ao grupo Time, em associação com o site google, disponibilizou seu acervo fotográfico na rede, são aproximadamente 10 milhões de imagens que contam a história do último século, A coleção inclui obras de grandes nomes da sexta arte, como Alfred Eisenstaedt, Margaret Bourke-White, Gordon Parks e W. Eugene Smith (não é parente). Há também o filme de um cinegrafista amador que registrou o momento do assassinato do presidente americano John Fitzgerald Kennedy em 1963. Veja

26.10.08

De quem é o Poder?

De quem é?
De quem é?
De quem é o poder?

Quem manda na minha vida?

De quem é?
De quem é?

Uns dizem que ele é de Deus
Outros, do guarda da esquina
Uns dizem que é do presidente
Outros, quem vem lá de cima

De quem é?
De quem é?

Quem inventou essa tara?
Uns dizem que ele é do povo
E saem pra trabalhar

Outros, que é dos muito loucos
Que não têm contas a prestar

Me dê poder e eu te mostro
O mais inteiro dos sonhos

Porque as verdades da vida
São sempre ditas na cama
É do ativo ou do passivo?

De quem é?
De quem é?

Às vezes você me domina
Pensando que eu sou teu dono
Às vezes você me dá nojo
Seguindo feliz o rebanho
Onde vai dar tudo isso?

Prender alguém ou ser preso
Quem é o mais infeliz?
Eu, dando ordem o dia inteiro?
E você, que nem sabe o que diz?
Me dê poder e eu te mostro

O mais inteiro dos sonhos
Porque as verdades da vida
São sempre ditas na cama

(Cazuza, George Israel, Nilo Romero)

12.10.08

Autoria Negada



Há verdades na internet?
Absolutas, não.
Vários poemas que circulam na grande rede são atribuídos a autores famosos, quando na verdade são de autores desconhecidos.
Talvez o mais famoso seja “Instantes” atribuído indevidamente a Jorge Luiz Borges.

O Jornal da Poesia explica alguns poemas de autoria negada:
“Instantes, o “Borges” que Borges nunca escreveu, foi usado pelo deputado federal Luiz Antônio Medeiros num cartão de Natal, reproduzido em pôsteres pelo dono do jornal carioca O Dia, Ary de Carvalho, citado como epígrafe no livro de poesia de Granadeiro Guimarães e encaminhado na semana passada ao jornalista paraibano Carlos Aranha, que o reproduziu em sua coluna diária no jornal Correio da Paraíba, de João Pessoa. Citado uma vez num artigo por Roberto Campos, provocou uma enxurrada de cartas ao economista.
Isabel Vieira e Laura Müller deram, em reportagem publicada pela revista Cláudia em dezembro de 1997, uma explicação plausível para o sucesso do poema: “seus versos falam de uma segunda chance na vida que todo mundo gostaria de ter”. Deram também uma pista para a origem da confusão com Borges: a verdadeira autora, a americana Nadine Stair, como ele, tinha 85 anos e estava à beira da morte. O poema, originalmente sob o título de Momentos, era uma espécie de testamento dela.
A viúva do escritor, Maria Kodama, contou, por telefone de Buenos Aires, que teve o cuidado de ir à Justiça deixar registrado que o texto não era da lavra de Borges e que ela, como sua herdeira, não receberá – nem quer receber – direitos autorais dele advindos. Fê-lo para evitar que sua verdadeira autora, a norte-americana Nadine Stair, venha a reclamar da falsa atribuição de autoria do texto a Borges.”



Texto completo em O Jornal da Poesia:
http://www.revista.agulha.nom.br/autoria.html

7.10.08

ETILÔMETRO

Matéria publicada no UOL:

“De Brasília (DF)
Para dar maior eficácia à lei seca nas estradas, em vigor desde 20 de junho, o Ministério da Justiça anunciou hoje (6) a destinação de R$ 70 milhões para compra de dez mil etilômetros - os bafômetros, equipamentos que medem o teor de álcool no sangue de motoristas, por sopro.Depois do impacto inicial da lei, o governo constatou que caiu o ritmo de desaceleração do índice de acidentes causados no trânsito por motoristas bêbados. Há sinais de acomodação num patamar elevado, na avaliação das autoridades.”
Texto completo: http://noticias.uol.com.br/ultnot/agencia/2008/10/06/ult4469u31564.jhtm


Como se observa, as coisas mudaram.
Bafômetro agora se chama “etilômetro”,
Omissão do governo se chama “sinais de acomodação num patamar elevado”.

O Brasil é o país da piada pronta mesmo.

5.10.08

A volta


Após tenebroso apagão, voltamos aos post´s.
Novo endereço e layout do blog, trabalho do compadre Smith, ficou bem legal.
Vamos recuperar o tempo perdido...
Por falar em tempo, os ares eleitorais aqui em Macapá confirmam a força dos clãs.
Filho de peixe... “tubarão”!
Para Prefeito, Camilo Capiberibe, ‘o filho’, disparou para felicidade de uns e desespero de outros que o comparam ao pai, João.
Para disputar o segundo turno com o filho do Capi, entrou Roberto Góes, primo do atual governador, Waldez.
Roberto carrega sobrenome e apoio de Waldez.
Passado e presente se enfrentam.
Minha esposa comentou que algumas pessoas chamam de “eleições chupeta”.
Os candidatos foram amamentados no berço com leite do poder.
Nasceram para isso: “papai quero ser político quando crescer”.
Exemplo maior é Câmara de Vereadores, dentre os vereadores eleitos, vários filhos de peixe.
Como se vê, no frigir dos ovos, o mais do mesmo.
Qual é o teu sobrenome?

15.9.08

O Medo


Em verdade temos medo.
Nascemos escuro.
As existências são poucas:
Carteiro, ditador, soldado.
Nosso destino, incompleto.

E fomos educados para o medo.
Cheiramos flores de medo.
Vestimos panos de medo.
De medo, vermelhos rios
vadeamos.

Somos apenas uns homens
e a natureza traiu-nos.
Há as árvores, as fábricas,
Doenças galopantes, fomes.

Refugiamo-nos no amor,
este célebre sentimento,
e o amor faltou: chovia,
ventava, fazia frio em São Paulo.

Fazia frio em São Paulo...
Nevava.
O medo, com sua capa,
nos dissimula e nos berça.

Fiquei com medo de ti,
meu companheiro moreno,
De nós, de vós: e de tudo.
Estou com medo da honra.

Assim nos criam burgueses,
Nosso caminho: traçado.
Por que morrer em conjunto?
E se todos nós vivêssemos?

Vem, harmonia do medo,
vem, ó terror das estradas,
susto na noite, receio
de águas poluídas. Muletas
do homem só. Ajudai-nos,
lentos poderes do láudano.
Até a canção medrosa
se parte, se transe e cala-se.

Faremos casas de medo,
duros tijolos de medo,
medrosos caules, repuxos,
ruas só de medo e calma.

E com asas de prudência,
com resplendores covardes,
atingiremos o cimo
de nossa cauta subida.

O medo, com sua física,
tanto produz: carcereiros,
edifícios, escritores,
este poema; outras vidas.

Tenhamos o maior pavor,
Os mais velhos compreendem.
O medo cristalizou-os.
Estátuas sábias, adeus.

Adeus: vamos para a frente,
recuando de olhos acesos.
Nossos filhos tão felizes...
Fiéis herdeiros do medo,

eles povoam a cidade.
Depois da cidade, o mundo.
Depois do mundo, as estrelas,
dançando o baile do medo.

(Drummond, in A Rosa do Povo)

13.9.08

Migalhas dormidas do teu pão

"Freakshow" - The Cure


Pessoas próximas sabem que gosto muito da banda inglesa The Cure.
E não é aquele ‘gostar’ de apenas hits famosos como ‘Boys Dont Cry’, etc.
Na década de 80, com 09 anos de idade, ouvi pela primeira vez, na rádio Transamérica, o estouro de “In Between Days”.
Fiquei anestesiado.
De lá pra cá, acompanhei o sucesso e o sumiço (!?) da banda na mídia em 2000, após o lançamento de “Bloodflowers”.
As letras da banda sempre me fascinaram.
Tristeza, melancolia, amor, dor. Cure é poesia pura, basta ouvir e sentir “a Letter to Elise” que é uma das canções mais belas.
Mas, pensei que eu era fã, mas não sou.
Kid Vinil é um incorrigível fã do Cure.
O depoimento dele extraído de seu blog, acerca do lançamento, este ano, de 4 singles da banda, merece ser transcrito neste blog, vejam:

“Pra muitos criticar é fácil falando que Robert Smith não fez nada de novo ou não seguiu nenhuma onda electro sei lá o que pra ser moderninho. Tá certo ele, manteve o estilão de sempre do Cure e não errou. O que se pode ouvir nesses quatro singles é o autentico estilo The Cure que continua influenciando gerações. O terceiro desses singles a faixa "Sleep When I´m dead" é uma das coisas mais incríveis que Robert Smith fez nos últimos anos, pop perfeito com a marca registrada Cure, isso é o que vale.
Nunca me esquecerei aquele dia lá pelos idos de 1987 quando entreguei pra Robert Smith o premio de melhor banda da revista Bizz no Teatro Municipal do Rio Janeiro. Apertei aquela mãozinha flácida e milagrosa, era como se tivesse beijado a mão do Papa, foi um momento mágico na minha vida. (é sério mesmo!!!).Confesso que continuo fã do Cure e comprei todos esses compactos e estou aguardando ansiosamente pelo álbum dia 13 de Outubro.
Fiquem com o video de "Freakshow", detalhe: Fat Bob não mudou em nada, até o penteado continua o mesmo, lindo!!!"
Texto completo em http://www.kidvinil.blogspot.com/

Coisa de fã mesmo.
Fã é assim.... Exagerado assumido.
Desses exageros, lembro das famosas declarações de Rita Lee para David Bowie:

“Lamberei a maçaneta da porta onde tua mão tocar... Me farei de tapete por sobre a poça de chuva atômica para que tua passagem seja feliz e segura. David Robert Jones, que enorme prazer em ter prazer sendo tua fã, tua gueixa, tua escrava, tua sempre tão macaca de auditório!”

Esses roqueiros exagerados...

11.9.08

Ninguem Sai

Não consigo rir com nenhum desses programas de humor.
(Não. O problema não é comigo, é com a programação mesmo)
Então, navegando pela rede encontrei esse vídeo genial da TV Pirata, adaptação de “Pôquer interminável” de Luís Fernando Veríssimo do livro "O Analista de Bagé".
Aliás, Veríssimo era um dos roteiristas do programa, de alto nível, diga-se de passagem.
Fazia parte da equipe (por trás das câmeras é claro), Laerte e Glauco (quadrinhos), e a turma que foi embrião do Casseta e Planeta (Bussunda e Cia).
O elenco inesquecível: Guilherme Karan, Cláudia Raia, Débora Bloch, Marco Nanini, Maria Zilda Bethlem, Ney Latorraca, Cristina Pereira, Luiz Fernando Guimarães, Regina Casé, entre outros.
Esse humor não tem igual.

2.9.08

LEI SECA "NAZISTA"


Excelente o artigo publicado pelo Professor Luiz Flávio Gomes, Doutor em Direito Penal, sobre a famigerada “Lei Seca”.
Referência do artigo: (GOMES, Luiz Flávio. Lei seca: acertos, equívocos, abusos e impunidade. Disponível em http://www.lfg.com.br/. 04 julho. 2008)

Antes que surjam críticas por aqueles que alegam que “a lei reduziu os acidentes”, o que é indiscutível, o renomado professor esclarece que a lei só “pega” quando há efetiva fiscalização. Ou seja, é um problema do Poder Público.
O artigo do Professor até cita a Cidade de Macapá como exemplo de como a ausência de fiscalização não reduz os índices de acidentes.

Dentre as críticas (e não foram poucas), vejam os trechos interessantes:

Não pode haver crime de perigo abstrato:

“O art. 306 do CTB não pode ser interpretado (secamente) como delito de perigo abstrato. O perigo abstrato é válido somente no campo administrativo. É inadmissível no âmbito do Direito penal.”
“Contentar-se, no âmbito penal, com o simples perigo abstrato significa dar curso ao abominável Direito penal do inimigo, que pune o agente sem o devido respeito às garantias mínimas do Direito penal (estando, dentre elas, o princípio a ofensividade). O Direito penal nazista fez muito uso dessa técnica legislativa consistente na infração de perigo abstrato (ou seja: mera desobediência à norma, sem nenhuma preocupação com a ofensa ao bem jurídico). Não podemos repetir o que historicamente se tem como abominável. Não podemos conceber como válida uma interpretação nazista do Direito penal.”


Recusar a fazer o Bafômetro:


“A recusa ao exame de sangue e ao bafômetro não está sujeita a nenhuma sanção. Quando alguém exercita um direito (direito de não-autoincriminação) não pode sofrer qualquer tipo de sanção. O que está autorizado por uma norma não pode estar proibido por outra.”


Lei Seca gera impunidade


“... "lei seca" não beneficiou somente os que cometeram delito até o dia 19.06.08. Ela é, também, extremamente favorável aos que vão delinqüir daqui para frente. Vejamos: as duas únicas formas correntes de se comprovar no Brasil a taxa de dosagem alcoólica são: exame de sangue e bafômetro. A esses dois meios de prova o motorista suspeito não está obrigado a se submeter, porque ninguém é obrigado a ceder seu corpo para fazer prova contra si mesmo (princípio da não auto-incriminação).
É certo que existem outras formas de se comprovar a embriaguez: exame clínico, fotos, prova testemunhal. Mas nenhum desses meios consegue definir (com precisão) a quantidade de álcool no sangue. Logo, se o motorista recusa o exame de sangue e o bafômetro (o que é um direito seu, diga-se de passagem, não podendo ser punido nem sequer administrativamente por essa recusa), ficará praticamente impossível ao poder público comprovar o nível de dosagem alcoólica no motorista. Conclusão: sem a prova da materialidade do delito nem sequer prisão em flagrante pode haver. De outro lado, sem tal materialidade, não há como comprovar a existência do crime. Havendo prova de que o agente estava bêbado mas não se comprovando o nível de dosagem alcoólica, pune-se o sujeito pela infração administrativa, mas não há que se falar em delito.”

30.8.08

SARAU



Na última sexta-feira (29/08), prestigiei o II Sarau da Confraria Tucuju, realizado no Largo dos Inocentes, atrás da Igreja de São José de Macapá.
Fiquei muito satisfeito.
Poesia, música, artesanato, exposições de Artistas Plásticos, folclore, livros, enfim, a arte produzida por artistas Macapaenses mostrou sua cara e deu seu recado. E que recado!
Comprei o livro do Poeta amapaense Manoel Bispo, “Palavras de Festim”. Um belo trabalho poético. Lembrou-me Leminsk (desculpem, mas não estou comparando, Bispo brinca com a grafia / imagens na poesia), poemas curtos, inteligentes e sem apego a formalismo.
Li o livro e gostei.
Em tempos de baixa auto-estima, os artistas amapaenses estão de parabéns!
Até voltei a sentir orgulho daqui.

Trechos de poemas de Manoel Bispo:

“Joguei meu verso
pra cima
caiu n´água e molhou a rima”

“Não é por estar
na tua ausência
mas você me dá uma saudade”

27.8.08

Eleições 2008 - Macapá


Tentei acompanhar alguns dias de propaganda eleitoral, especificamente para Prefeito.
Nada mudou.
Os candidatos são os mesmos de sempre.
Poucos se arriscam a inovar o discurso.
A produção de campanha fala por eles.
Música de fundo triste... Histórias de vida sofrida....
Discurso batido de pretensa ‘renovação’... Tudo igual.
Quando o candidato é homem, diz que lutará para mudar Macapá.
Se mulher, diz que, pela ‘força da mulher’, lutará também.
Fiquei logo sem paciência.
São políticos profissionais previsíveis.
Marqueteiros defasados.
Enquanto isso, a cidade... vou parar.
Acho que me contaminei, estou no mesmo discurso.
Como disse minha filha de 5 anos:
“Tenho pena de Macapá”.

19.8.08

Nostalgia

As portas largas disfarçam bem a sala estreita, característica comum dos prédios e casas geminadas do bairro. No rés do chão, a barbearia há décadas instalada no mesmo local, experimenta uma tarde longa e preguiçosa.
"Quanto é o cabelo?" Ao que se responde prontamente quatro reais. Aqui as dualidades fazem sentir sua presença: os dois espelhos miram as cadeiras correspondentes que se amoldam bem ao corpo dos fregueses. Os gostos dos barbeiros estão na parede revestida até o meio de azulejos amarelo-esmaecido, com o caiado desbotado indo até o teto de forro branco. De um lado, a gravura de uma tourada em seu ápice, quando o caudilho, prestes a imolar sua vítima, suspende a platéia, que naquele segundo estende seu olhar ao animal valente e altivo, mas entregue e sem esperança. De outro, o clássico, o correto que se escolhe sem riscos de erro: O barbeiro de Sevilha em sua cena maior quando entoa o Fígaro. Os tons pastéis do cenário dão desenvoltura à figura do homem corpulento que se destaca ao centro da tela.
Entre as bancadas, o toca-fitas estribila uma sucessão de boleros.
"Essa é que é a música boa. Música não, Melodia; que música e barulho estão aí a dar na canela."
Escolhendo a tesoura certa, o barbeiro da esquerda concorda e dispara "grande época que não volta mais. Lembro das noites agitadas, mas que não davam medo, a gente saía, procurava as pernas das pequenas e voltava bem pra casa."
Ao que da direita emenda: "Conheceste o 'Brilhantina'?", recebendo olhares brilhantes e positivos do colega e do freguês. Encorajado, continua citando o 'Capistrano' o 'Bolero da 28', os arraiais festivos da época do Círio. De imediato, um tanto contrariado (e recebendo apoio dos interlocutores), lembrou do 'Lapinha'. "Lá começou a decadência", foi dito quase em uníssono.
"Tinha muita briga, mas nada de tiro", o freguês constatou. Com jeito de filósofo provocador afirma que "hoje em dia se dança a um metro um do outro"; e me fitando com o canto do olho. Na boca, o riso fino de quem tem anos de experiência.
O da direita, ajustando a lâmina da navalha calmamente, como que perseguindo milimetricamente o passado, decreta: "As damas adoravam o bailado; saíamos feito doidos atrás dos cheiros, dos pescoços, dos beijos..."
"É, não tinha facilidade, mas de vez em quando a gente encontrava boas moças. Moças que davam... se bem que os quartos eram uma merda", falou o da esquerda.
"Não, não, hoje em dia é bom, hoje em dia tem tanto lugar pra deitar que nem presta" diz o freguês, "que a AIDS brinca de pira".
Ao que todos concordam e, um tanto pesarosos, debatemos que quem vê cara não vê coração e coisas do gênero.
Olhando para a rua, o da direita ajeita os óculos, olha para mim, dizendo "nesse tempo não tinha tanto 'rendez-vous'; se fazia mesmo na rua, no escuro. Aquele medo, os olhos abertos e a respiração mais que ofegante. No máximo a gente levava pra casa uma gonorréia, doía..."
Encarando o infinito, completou: "Eu tinha 16..." E suspirou um ar tão longo e lento, que a tarde parou.

14.8.08

Bucolismo




Vai diminuindo a cidade

Vai aumentando a simpatia

Quanto menor a casinha

Mais sincero o bom dia


Mais mole a cama em que durmo

Mais duro o chão que eu piso

Tem água limpa na pia

Tem dente a mais no sorriso


Busquei felicidade

Encontrei foi Maria

Ela, pinga e farinha

E eu sentindo alegria


Café tá quente no fogo

Barriga não tá vazia

Quanto mais simplicidade

Melhor o nascer do dia

(John – Simplicidade, Pato Fu)

Algodoal é assim.
Divagar é preciso.

9.8.08

Todas as Solidões do mundo

Foi uma notícia na www.bbcbrasil.com que me deixou pensativo. Dizia mais ou menos assim: "Corpo de inglês é encontrado na cama 2 anos após sua morte. O corpo de um aposentado inglês ficou dois anos deitado sobre sua cama até ser descoberto pela polícia em sua residência, na cidade de Huncoat, no noroeste da Inglaterra, depois que os vizinhos reportaram sua ausência."
O texto continuava, dizendo que o cara era muito recluso e por isso a vizinhança demorou para notar a sua ausência, e que estimaram o tempo da morte pela data das primeiras correspondências que se acumulavam em sua porta.
Bem, passei estes dias me perguntando, até que ponto podemos nos isolar, e sozinhos, quem realmente se importa? Tudo, nesta minha caraminhola, girava em torno do medo. É, medo de tudo, da morte, do entorpecimento, da solidão...mas principalmente da frustração.
Penso que o medo da solidão é superado somente pela terror de sermos contrariados em nossos sonhos e esperanças. Digo isto porque a vida é feita de aventuras, de apostas em que devemos nos lançar no vazio e alcançar no escuro o outro lado; ou não! Daí que a negativa às perguntas, a constatação de que o bilhete da loteria não foi sorteado nos faz tornar reclusos, incapazes de tentar qualquer coisa que seja. Então, a opção é ser eremita em pleno século 21.
Isto me preocupou mais ainda. Há eremitas entre nós que, contrariando todas as probabilidades se fazem passar despercebidos. Culpa nossa, insensíveis ao que é comezinho, ou vergonha deles, medrosos seres que não se alinham aos humanos?
E, meu Deus (!), que sociedade é essa, que bairro estranho em que não há uma vizinha fofoqueira. Salve, vizinhas Fifis do meu Brasil varonil.

5.8.08

Carta de amor e de ódio e outras histórias

"Dizem dele que, certo dia, ao rezar a missa ainda pelo ritual pré-concílio, em latim e de costas para a assembléia, na hora exata em que, depois de consagradas as espécies e quando, concentrado, elevava bem alto a partícula contendo o Corpo de Deus, pressentiu certa comoção inusitada entre os fiéis. Olhando de esguelha por sobre o ombro esquerdo, viu um negrinho trajando um uniforme camuflado em frangalhos, os pés metidos em coturnos de pára-quedista. Na cabeça ostentava um chapéu tipo australiano, daqueles em que a aba é abotoada à copa no lado direito. Armado com fuzil automático Kalashnikov, na cinta uma pistola Glock 9 milímetros, dois cintos-cartucheira abarrotados de munição atravessados em “x” ao peito, o guerrilheiro postara-se ao centro da nave, a olhar em torno de si com ar de profundo deboche. Os fiéis, ajoelhados e de cabeça baixa, evitavam fitar o homem armado e davam mostras de estarem apavorados, fingindo-se inteiramente concentrados no rito litúrgico."

Autoria: Rui Guilherme, Editora Cejup, p. 35;

2.8.08

Entrando na brincadeira

"E aí, de repente, pensei uma coisa. uma coisa enorme. uma coisa maravilhosa. "Vovê quer me ajudar?" "Perdão" "Com a chave." "Ajudar você!" "Você poderia andar por aí comigo." "Você quer minha ajuda!" "Sim." "Bem, eu não preciso da caridade de ninguém!" "São nunca", falei pra ele. "Você é obviamente muito esperto e sábio, e você sabe uma montanha de coisas que eu não sei, e também o simples fato de ter uma companhia é bom, portanto diga que sim, por favor."
Do livro; Extremamente alto & incrivelmente perto, de Jonathan Safran Foer, Ed. Rocco.

Quase que não sai post

kkkkkkkkk,

Pela terceira vez tentei postar um texto neste blog. Mas a minha inapetência foi preponderante. Todas as oportunidades em que iria concluir, apertei algum botão que apagou tudo (e não era o delete).

Enfim, estou aqui pra falar de tudo. PT saudações. Pra complicar, meu filho tá em cima de mim, batendo no teclado.

De inicio, proponho uma brincadeira, que não é nova, já rolou em outros blogs, como no belíssimo pensarenlouquece.com. Toma-se o livro que estamos lendo no momento e, em determinada página, transcrevemos determinado parágrafo.

Como exemplo:

"Eis os pôncios e, apesar de de ter lido a respeito, nossos amigos não cessavam de examinar com olhos curiosos aqueles seres de pernas retas sem articulações nos joelhos, que caminhavam de maneira firme, apoiando no chão os cascos eqüinos. Mas, no que diz respeito aos homens, faziam-se notar pelo falo, pendurado no peito, e quanto às mulheres, na mesma posição, a vagina, que porém não se via, pois costumam cobri-la com um xale amarrado atrás das costas. A tradição dizia que eles criavam cabras com seis chifres e, de fato, eram alguns daqueles animais que estavam vendendo no mercado."

Este trecho é do psicodélico "Baudolino" de Umberto Eco, página 429, terceiro parágrafo.

W.Leão, Smith, quais os livros que estão lendo? transcrevam uma página a esmo, terceiro parágrafo, como eu fiz. Os leitores (!?) estão convidados.

Abraço.

1.8.08

Malvados

No mês de julho, André Dahmer recebeu o prêmio de melhor ‘web quadrinhos’ por "Malvados", na 20º edição do Troféu HQMix ocorrida no Sesc Pompéia em São Paulo.
Na minha opinião, Dahmer é um gênio dos quadrinhos. Criador de tiras de humor (muitas vezes humor-negro) inteligentes, ácidas e polêmicas. Três quadros bastam para provocar o leitor. “Malvados” é um sucesso absoluto na internet. A sensação que transmite é, realmente, de que “cada tirinha é um tapa na cara”.
Por falar em tapa, achei muito boa essa tira, serve para blogueiros capitalistas, não que eu não seja um. Falo de capitalista, claro, pois, blogueiro, sou arremedo.

30.7.08

Batman - the Dark Knight

Estive ontem no novo cine imperator (não sei o porquê do novo), para finalmente assistir ao novo Batman, the dark knigth, esperava por isso desde o momento que deixei a sala de projeção em 2005 onde fora exibido o que, na minha opinião, foi primeiro filme do heroi, o Begins.
Estava ansioso e meio cabreiro, não gosto quando as coisas se tornam pop demais, foi sempre assim com as bandas e os filmes – nunca assisti Tropa de Elite, por exemplo, e acho que nunca irei – Pois nunca se falou tanto, e bem, de um filme de herói de quadrinhos fora da imprensa especializada.
O inicio é meio clichê ou alguma coisa assim, o que não significa um ponto negativo, pois pra se contar uma boa historia é necessário um começo simples e claro, algo como: era uma vez, (eu acho). Depois disso a coisa pega fogo, é um mundo sombrio e tenso, tal qual a personalidade do alter ego de Mr. Wayne, difícil não envolver-se, os momentos de auto teor dramáticos são pontuados por um ruído profundamente inquietante, algo prestes a explodir.
As atuações são fantásticas, o coringa de Heath Ledger é realmente tudo que se disse, a personificação da insanidade, a antítese do comportamento racional (seja lá o que significar racional). Daqui por diante os coringas que vierem serão avaliados antes e depois de Ledger. Mas Bale não fica atrás, dar vida ao mais atormentado herói não alienígena das HQs é missão pra poucos, tem que ter coragem, (inclusive pra bater na própria mãe). Alem dos principais protagonistas, mais um vilão deu as caras, aliás, as duas, espero que seja o link para o próximo.
Na fila pra aliviar a bexiga ouvi comentários que ilustram bem as atuações de atores e personagens:
- Esse coringa é mesmo bom.
- É, mas o Batman é mau.
Foi assim, um filme fantástico, provocante e implicante, obrigatório aos que tem afinidades com o bat-universo ou entretenimento garantido pra quem simplesmente gosta de ir ao cinema.

25.7.08

Frases: Millôr



"Esta semana, mais um recorde da loteria: vinte e seis milhões, quatrocentos e vinte mil, trezentos e oito perdedores".

24.7.08

Banda Larga em Macapá 2. A hitória segue...


"O Prodap - Processamento de dados do Amapá - divulga que o Amapá é um dos dois estados do Brasil - que não possuem Banda Larga de internet. As dificuldades de acesso e quedas de Sistema do Governo estão com os dias contados. Existe um projeto de implantação de um linhão de fibra ótica por meio da rede de postes da Eletronorte. De acordo com o Prodap, o linhão vai se estender do município de Calçoene - onde está uma fibra que vai Para América do Norte e que foi recentemente comprada pela Oi-Telemar. A partir de lá será estendida para as demais localidades do estado. O prazo é até 2009."
Trecho da matéria do reporter Carlos Carlos do jornal O Dia, leia na íntegra AQUI.

23.7.08

Buracos 1

Tive uma idéia, quem sabe fazer diversas cruzes pretas com a base de lata de leite ninho e colocar no meio dos buracos de nossa cidade. Como são muitos buracos, e os carros desviariam do mesmo jeito, a visão das cruzes será de um cemitério em plena rua. Um manifesto pacífico, a exemplo dos balões pretos contra a violência nas areias do Rio de Janeiro.

21.7.08

Chuvas 1


Estamos no meio do mês de julho e a chuva continua a castigar a cidade de Macapá. Nada contra a chuva. Obviamente não é um questionamento a ela que lanço, diante de sua vital importância. Mas, a ausência de planejamento de nossa cidade em relação a esse ‘extraordinário fenômeno’ que tanto nos preocupa em plena região amazônica.
Fiquei estarrecido, esta semana, diante da impossibilidade de sair do ‘Shopping’ Araras Center, no centro de Macapá, pois a Av. Padre Júlio estava completamente alagada. Totalmente intrafegável. Estava “ilhado”.
Percebi que toda a cidade enfrenta esse problema. Não há sistema de escoamento (drenagem). O asfalto é mero coadjuvante dos buracos. Acho que está na hora de agir. Organizar / provocar manifestações ou movimento de revitalização de nossa cidade. Não estou falando de política, fique bem claro, não é este o objetivo

13.7.08

Banda Larga em Macapá 1


A revista INFO, mês de julho, traz excelente reportagem sobre a expansão da Banda Larga no Brasil.
Lendo a revista percebi o tamanho do atraso tecnológico de Macapá-AP.
Nossa cidade é desatendida por empresas de telefonia que investem no setor.
Em Belém-PA, o Velox da OI (antiga Telemar) atende satisfatoriamente os usuários marajoaras. Mas, mesmo assim, fica distante do universo paralelo dos moradores do centro-sul do país.
Rio, São Paulo, Porto Alegre e Brasília são cidades que praticamente aboliram a conexão por Kbps. Todas as empresas daquela região trabalham em banda larga por megas (Mpbs). Quem tinha uma conexão de kbps, por exemplo, migrou, sem ônus, para no mínimo, 1Mpbs.
Para quem não sabe, 1mega de conexão via internet é muita coisa. Eles, os brasileiros de lá, já falam em 12, 20, 30 e até 60 megas. Exemplificando, nossos colegas baixam o programa Windows Media Player (24MB) em 11 segundos dentro de suas casas. Há programas que basta fechar os olhos: download instantâneo.
Recentemente, aqui em Macapá, tive que mover uma ação cível contra a empresa TIM, pois o modem para conexão internet que comprei (anunciaram possuir uma conexão de 256kbps) não funcionava, sequer chegava a 10 kbps na minha casa, ou seja, nem a página do Google abria. Isso no Bairro Santa Rita próximo ao aeroporto “internacional” de Macapá. Por acaso estamos em outro planeta?
Fui informado, pelo compadre Smith, que o Governo do Amapá anunciou investimento para trazer fibra ótica de Belém para cá. Bom... fechando os olhos para promessas eleitoreiras, quem sabe um dia conseguirei postar em nosso blog de minha própria casa. Esse é o típico sonho macapaense. Conseguir, pelo menos, o mínimo.

9.7.08

Férias e cultura na Fortaleza



Um evento inédito e imperdível na cidade, no mês das férias será exibido na Fortaleza de S. José uma mostra de filmes com produções européias, sul-americanas e africanas, tem filme pra todo gosto, eis os filmes e Sinopses.


A bouna - de Mahamat-Saleh Haroun (Chade-França-Holanda/02). Dois irmãos fogem de casa e acreditam ter encontrado o pai nas imagens de um rolo de filme encontrado num cinema onde se abrigam. Com este argumento singelo, o realizador do Chade, detentor de 19 premiações nos principais festivais, fez um clássico do cinema africano. Quinzena dos Realizadores - Festival de Cannes. 10 anos.


Bubble - de Eytan Fox (Israel/05). Dois rapazes gays dividem apartamento com uma garota num bairro boêmio de Tel Aviv conhecido como A Bolha. Mas os três não ficarão imunes aos conflitos entre judeus e palestinos. Irresistível comédia dramática que comprova o bom momento por que passa o cinema israelense. 16 anos.


Helena Meirelles - A Dama da Viola , de Francisco de Paula (Brasil/02). Documentário sobre Helena Meirelles, violeira do Pantanal falecida em 2005, analfabeta e autodidata, que gravou seu primeiro CD aos 67 de idade após ter trabalhado como lavadeira e benzedeira e ter tocado em feiras e bordéis. A "Dama da Viola" domina o filme com seu carisma e notável habilidade para contar " causos" . Livre.


Iluminados pelo Fogo - de Tristan Bauer (Argentina/05). O suicídio de um amigo faz ex-combatente da Guerra das Malvinas mergulhar nas recordações do período. Primeiro filme argentino a abordar diretamente o episódio. Prêmio Goya de Melhor Filme Estrangeiro, Prêmio Especial do Júri - Festival De San Sebástian, Melhor Roteiro - Festival De Havana. 16 anos.

Jacquot de Nantes - de Agnés Varda (França/91). A viúva do diretor Jacques Demy (1931-90) reencena a infância do marido e o despertar de sua paixão pelo cinema na cidade Nantes. O resultado é uma obra terna e comovente onde um dos atrativos são as recriações de seqüências de filmes de Demy que se tornariam celébres, esplendidamente inseridas na narrativa ficcional. Exibição Hors Concours - Festival de Cannes. 10 anos.

O Pesadelo de Darwin - de Hupert Sauper. (Áustria-Bélgica/04). As consequências na economia e no ambiente social no entorno do lago Victoria, Tanzânia, África, depois de intervenções ecológicas. Prêmio César de Melhor Filme Estrangeiro. 16 anos.

Povoado Número Um - de Rabah Aimeur-Zaiméche (Argélia-França/06). Imigrante argelino é extraditado para seu país natal após cinco anos de detenção por tráfico de drogas. Elaborada meditação sobre as contradições de uma nação dividida entre tradição e modernidade. Com seu segundo longa, Zaimèche firma-se com um dos mais sofisticados cineastas de origem magrebina entre os muitos em ação no cinema francês. Prêmio da Juventude - Festival de Cannes. 14anos.

Transylvania - de Tony Gatlif (França-Romênia/06). Jovem francesa vai até a Romênia em busca do músico cigano que a engravidou. Exemplar do cinema musical, colorido e hipnótico de Tony Gatlif, autor descendente de ciganos. Mostra Competitiva - Festival de Cannes. 16 anos.

Ventos da Liberdade - de Ken Loach (Alemanha-Espanha-França-Itália-Irlanda/06). Visão do nascimento do Exército de Libertação Irlandês nos anos 20 pelos olhos do sempre hábil e competente realizador britânico. Palma de Ouro - Festival de Cannes. 16 anos.

Você e Eu - de Julie Lopez-Curval (FRANÇA/06). Esperado segundo título da realizadora que ganhou a Câmera de Ouro de 2002, concorrido prêmio que o Festival de Cannes reserva aos iniciantes. Roteirista de fotonovelas inspira-se em sua vida pacata sentimental para criar as tramas que escreve mas, porém, acrescenta romance e aventura a sua desanimada rotina. Não por acaso, Lopez-Curval é também uma disputada roteirista do atual cinema francês. 14 anos.
A programação cultural já começou e se estenderá até 20 de julho, confira também o projeto Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) Itinerante, que, em comemoração ao bicentenário do BB, leva atividades culturais a todas as regiões do País nas áreas de música, teatro, literatura, fotografia, educação e cinema, divirta-se.

Batman - A dublagem das Trevas!


Assim que sai da sessão da tarde de domingo, onde acabara de assistir estupefato ao tão aguardado batman begins - estava feliz da vida, era a primeira vez que via uma representação tão próxima a realidade do batman, nada de uniformes coloridos com mamilos salientes ou um clima de comédia barata dos filmes anteriores, era um batman sombrio e taciturno, um batman que estava acostumado a ler - fiquei a imaginar a sequência, o que virá? que vilões? quais as tramas? enfim, visualizei toda a sorte de possibilidades a serem exploradas, o tempo passou e as vésperas de deslumbrar a nova aventura da cavaleiro, Batman - O Cavaleiro das Trevas! uma preocupação me assola, estive ontem no novo cine imperator (não sei o porque do novo) a assistir Hancok, e durante os trailes fui acossado com a apresentação de uma versão DUBLADA do filme do cavaleiro, imediatamente um mecanismo de auto-defesa entrou em ação e pensei, não! e só o trailer, o filme não será dublado, a voz do finado Heath Ledger (que Deus o tenha), não será substituida pela voz Március Simões, o dublador designado pela Warner Bros, mas a realidade é cruel e até onde pude apurar com a assessoria dos nossos dois cines, sim, as cópias exibidas serão dubladas mesmo, uma pena. É uma descaracterização total da persanalidade do filme, o esforço fenomenal de Ledger em construir uma personagem tão perverso e profundo quanto o coringa, foi por água abaixo na dublagem,a risada, marca registrada do vilão, dá vontade de chorar com a versão dublada. Nada pessoal ao time de dubladores, é preciso pagar as contas, mas não se pode brincar com coisas sérias desse porte, confira o trailer e tire suas conclusões.


7.7.08

Amor Bastante




Quando eu vi você
tive uma idéia brilhante
foi como se eu olhasse
de dentro de um diamante
e meu olho ganhasse
mil faces num só instante



basta um instante

e você tem amor bastante


um bom poema
leva anos
cinco jogando bola,
mais cinco estudando sânscrito,
seis carregando pedra,
nove namorando a vizinha,
sete levando porrada,
quatro andando sozinho,

três mudando de cidade,
dez trocando de assunto,
uma eternidade, eu e você,
caminhando junto


(Paulo Leminsk)

6.7.08

5.7.08

Não dá


Não dá para pagar R$90,00 para assistir o Show dos Engenheiros.


Ainda mais na mesma noite em que se apresentarão NX Zero e Jeito Moleque!


Bons tempos de Humberto na Aseel.


4.7.08

Test your brain

De aorcdo com uma peqsiusa de uma uinrvesriddae ignlsea, não ipomtra em qaul odrem as Lteras de uma plravaa etãso, a úncia csioa iprotmatne é que a piremria e útmlia Lteras etejasm no lgaur crteo. O rseto pdoe ser uma bçguana ttaol, que vcoê anida pdoe ler sem pobrlmea. Itso é poqrue nós não lmeos cdaa Ltera isladoa, mas a plravaa cmoo um tdoo. Sohw de bloa. Fixe seus olhos no texto abaixo e deixe que a sua mente leia corretamente o que está escrito.

35T3 P3QU3N0 T3XTO 53RV3 4P3N45 P4R4 M05TR4R COMO NO554 C4B3Ç4 CONS3GU3 F4Z3R CO1545 1MPR3551ON4ANT35! R3P4R3 N155O! NO COM3ÇO 35T4V4 M310 COMPL1C4DO, M45 N3ST4 L1NH4 SU4 M3NT3 V41 D3C1FR4NDO O CÓD1GO QU453 4UTOM4T1C4M3NT3, S3M PR3C1S4R P3N54R MU1TO, C3RTO? POD3 F1C4R B3M ORGULHO5O D155O! SU4 C4P4C1D4D3 M3R3C3! P4R4BÉN5!

Primeiro Post

Lucubrações é,
pretensiosamente,
nossa contribuição para Macapá.
Cultura, idéias, dor,
aborrecimento, nossa cidade,
tudo (!?) será postado.
Embora seja viajante de primeira,
me esforçarei para contribuir.
Por falar em viagem, 9 dias
de descanso valerá a pena.
Quem sabe assistiremos
o show dos Engenheiros do Hawaii.
Estou ansioso.
Macapá, aguarde-nos.

Cinema

Estive ontem no novo cine imperator (não me pergunte o porquê do novo) fui assistir a nova animação da pixar, WALL. E, uma señora animação, mas não vou perder tempo nem prestígio com a patroa tentando resenhar o filme pra vc, não o saberia, não tenho esse talento, sou apenas um grande admirador desta manifestação de arte, tal qual dos HQ’s e vídeo-games, estava tudo indo muito, mas muito bem mesmo, o filme é cativante, o enredo é fantástico e ainda há uma suave mais muito sóbria crítica aos perigos do descaso com que tratamos o futuro da terra e a própria saúde, mas bastou o filme começar a terminar pra que um estado emputamento em nível elevado se apoderasse de minha pessoa, e da minha patroa também (ela é muito solidária às minhas causas), acontece que junto com os créditos do filme começa uma nova animação, um segundo encerramento, um arremate pra a historia principal, uma animação mais simples, mas muito bonita, da qual só me foi possível assistir uns 30 segundos, pois assim que as luzes voltaram a luzir, desligou-se tudo, a telona ficou negra de novo e eu vermelho (por conta do emputamento lembra? ele começou aí), um desacato, uma grande falta de respeito, paguei mas não levei, procurei algum responsável mas não havia nenhum por lá, tinha o cara da lanchonete que me informou – não trabalhamos com responsáveis a essa hora – mas eles ainda terão notícias minhas.