29.3.09

Nice Dreams

... E eles vieram, após anos de boatos e expectativas, finalmente a banda inglesa Radiohead tocou no Brasil, último dia 20 no Rio de Janeiro e 22 em São Paulo. Por motivos geográficos, gástricos e financeiros, não podemos presenciar tal evento, porém, não ficamos na mão, nos foi dada a oportunidade de vislumbrar através dos olhos e palavras da nossa colaboradora honorária (minha amada rimãzinha) Dani Smith, o dia em que Thom Yorkee & Co. deram o ar de sua graça no Brasil.
Leia o relato de "Meu dia com Radiohead" por Dani Smith.

O que seria “ apenas “ um show do Radiohead, pelo meio do caminho tornou-se um festival, o “JUST A FEST”, com as presenças de Los Hermanos e Kraftwerk. Um super bônus para quem já estava super satisfeita com a chance de assistir a uma de suas bandas “mas preferidas”, como diria minha irmã Nola.
A chegada ao local do show, A Chácara do Joquei, foi tranquila, sem maiores dificuldades, e até certo ponto, bem organizada (o que se mostrou bem diferente ao final do show, quando eu, Vlad e alguns amigos levamos mais de 2 horas! até conseguirmos um táxi).
A banda Los Hermanos foi a primeira a se apresentar, em seu 2° show após a reunião em quase 2 anos de separação. Apesar de toda a expectativa criada e a presença de centenas de fãs, ali, apenas para ver a banda (quem se importa com Radiohead?), o que se viu e ouviu foi um show morno, ouso dizer sem graça, com músicos pouco a vontade entre si (pelo menos assim pareceu para mim), capaz de esfriar o entusiasmo do fã mais ardoroso (com excessão talvez, das duas garotas que estavam na minha frente, pisando no meu pé sem dó nem piedade).

Fim do show do Los Hermanos, momento para a clássica ida ao banheiro, comprar alguma bebida e respirar aliviada, afinal, shows de arena são um pandemônio para pessoas com menos de 1,60m.

Na sequência, vem o show do Kaftwerk . Uma senhora experiência, tanto musical, e talvez, principalmente, visual. As imagens projetadas em telões, perfeitamente sincronizadas a cada música executada, prenderam a atenção até mesmo daqueles que não tinham a menor noção de quem eram aqueles tiozinhos cantando “we are robots”.

Outra pausa entre shows, e agora eu já estava muito ansiosa, nervosa mesmo, com a aproximação do show tão esperado (uns 15 anos de espera, desde que comprei um cdzinho com uma capa horrorosa, “Pablo Honey”). Encarei uma fila gigantesca para usar um banheiro químico, nojento a esta altura do campeonato, no meio de um lamaçal danado. Quando me preparava para passar mais uns bons minutos da minha vida tentando comprar um pedaço de pizza de gosto duvidoso, os primeiros acordes foram ouvidos, aqueles, aguardados há 15 anos.
Saí correndo feito doida, sem saber direito que direção tomar (aahh, Radiohead já está no palco!!!!!!!!). Fui acalmada por Vlad, que me lembrou que precisávamos descolar um lugar pelo menos decente para assistirmos ao show. O lugar escolhido não era lá nenhuma maravilha (foram 2 horas tentando equilibrar-se em cima de uma grade, eu e minha amiga Aline), um pouco longe do palco (melhor assim do que ficar esmagada, desmaiar e perder o show , como já me aconteceu), mas de onde assisti a um dos mais fantásticos shows de todos os tempos (declaração dramática, mas foi o que senti). O show foi baseado no último álbum da banda, “ In Rainbows”, mas os momentos mais emocionantes foram aqueles em que “hits“ mais antigos foram apresentados. Karma police, fake plastic trees, air bag, paronoid android e idioteque foram cantadas a plenos pulmões por uma audiência de cerca de 30 mil pessoas (pelo menos eu cantei). Duas horas depois, após o 2° bis, muita gente já indo embora, a banda entra para um última música: Creep. Impressionante. Emocionante. Não tenho fotos ou videos, porque neste momento nada mais parecia importante.
Saio realmente feliz deste show e agradecida por não ter desistido de vir (esta idéia absurda passou algumas vezes pela minha cabeça). E nem mesmo a procissão da saída, as dores pelo corpo e a espera sem fim por um táxi conseguiriam estragar este momento . Nice dreams.

Veja imagens exclusivas do show.

2 comentários:

W Leao disse...

Valeu Dani!
O texto está tão claro que até senti a dor da pisada no pé.
Essa pode ser a primeira de outras colaborações que virão.
Radiohead faz parte de nossa geração. Perfeito!

Unknown disse...

'Brigada!