9.8.08

Todas as Solidões do mundo

Foi uma notícia na www.bbcbrasil.com que me deixou pensativo. Dizia mais ou menos assim: "Corpo de inglês é encontrado na cama 2 anos após sua morte. O corpo de um aposentado inglês ficou dois anos deitado sobre sua cama até ser descoberto pela polícia em sua residência, na cidade de Huncoat, no noroeste da Inglaterra, depois que os vizinhos reportaram sua ausência."
O texto continuava, dizendo que o cara era muito recluso e por isso a vizinhança demorou para notar a sua ausência, e que estimaram o tempo da morte pela data das primeiras correspondências que se acumulavam em sua porta.
Bem, passei estes dias me perguntando, até que ponto podemos nos isolar, e sozinhos, quem realmente se importa? Tudo, nesta minha caraminhola, girava em torno do medo. É, medo de tudo, da morte, do entorpecimento, da solidão...mas principalmente da frustração.
Penso que o medo da solidão é superado somente pela terror de sermos contrariados em nossos sonhos e esperanças. Digo isto porque a vida é feita de aventuras, de apostas em que devemos nos lançar no vazio e alcançar no escuro o outro lado; ou não! Daí que a negativa às perguntas, a constatação de que o bilhete da loteria não foi sorteado nos faz tornar reclusos, incapazes de tentar qualquer coisa que seja. Então, a opção é ser eremita em pleno século 21.
Isto me preocupou mais ainda. Há eremitas entre nós que, contrariando todas as probabilidades se fazem passar despercebidos. Culpa nossa, insensíveis ao que é comezinho, ou vergonha deles, medrosos seres que não se alinham aos humanos?
E, meu Deus (!), que sociedade é essa, que bairro estranho em que não há uma vizinha fofoqueira. Salve, vizinhas Fifis do meu Brasil varonil.

2 comentários:

Anônimo disse...

Medo ainda de olharmos no olho alheio, de sermos mal interpretados e tomados como invasores, ignorar quem passa ao lado é a síntese do comportamento contemporâneo,a globalização da teoria do "homem invísivel", finges que não me vês que eu faço de conta que não te enxergo.

Anônimo disse...

Mais impressionante é a pessoa não ter amigos ou parentes que sentiram sua falta por esse tempo todo.